Diariamente, milhões de pessoas acordam sem quererem acordar, utilizam meios de transporte coletivos à contragosto, e dirigem-se aos seus enfadonhos trabalhos para ganharem o seu sustento, garantindo, assim, a sua própria sobrevivência e de seus familiares. Tudo bem! Aceito o argumento de que, certamente, no final do mês, muitos deles arrecadem uma cifra maior do que a minha.
Porém, estou certo de que poderei contar nos dedos os que podem dizer isso:
Queridos amigos: sugiro que, antes de iniciarem a jornada de apreciação das fotos abaixo, dêem um clique aqui, habilitando, assim, uma inspiradora trilha sonora que, sem dúvida, tornará a jornada mais prazerosa e inesquecível. Lembrando que basta clicar em cada foto para vê-la em seu tamanho original.
Em 2005, juntamente com os companheiros de treino Lucas Borges, Eduardo Laurindo, Marco Antônio Oliveira, Gustavo Lucena, e, sob o comando do Sensei Roberto Santanna, fui para o Velho Continente disputar o Mundial de Karate da WKC. O evento foi na (então) Sérvia e Montenegro, na segunda maior cidade do país, Novi Sad, atrás apenas da capital Belgrado.
Lá chegando, fui surpreendido ao saber que o famoso Rio Danúbio passava exatamente nas proximidades em que me encontrava. Como não poderia deixar de ser, tirei alguns dias para passear e me certificar da real dimensão do seu aclamado azul.
O resultado é este aí. E como aprendi que devo levar a minha vida para o Karate, e o Karate para a minha vida, tentei homenageá-lo singelamente: (em tempo: aos Karatecas de plantão, sei que anunciei o nome incorreto do Kata executado, o nome correto é Kanku Sho.)
Literalmente às Margens do Danúbio com o Lucas.
Com Sensei Roberto Santanna.
Eu que tirei.
Como é bom viajar. Seja numa bela Valsa, num preciso Kata, ou num avião mesmo!
Ontem, apenas um dia depois do Dia das Crianças, e dois dias antes do Dia dos Professores, recebi de uma de minhas crianças doProjeto Social Treino Para a Vida, um presente que me fez derramar (literalmente) lágrimas da mais pura felicidade.
Em um determinado momento no início da projeção de Lendas da Paixão, dois irmãos conversam tranqüilamente, sentados em um banco, acerca do futuro matrimônio de um deles com sua então noiva. Eis que, quando o assunto se encaminha para a noite de núpcias do inexperiente casal, o mais velho se vira e aconselha com ar profético:
- Eu sugiro que você FODA ela!
Poucas coisas são tão difíceis quanto saber contar bem uma história. Tanto é que, comumente, está função é delegada a apenas uma pessoa por família, se tanto. Pois bem, é em cima deste pilar cuidadosamente construído que se estrutura o magnífico Lendas da Paixão (Legends of the Fall, 1994). Uma história simples, clichê (muitos diriam), excessivamente adocicada (outros tantos), mas que, ao ser contada de maneira tão tocante por Edward Zwick (O Último Samurai, Tempo de Glória), nos faz mergulhar naquele universo e compartilhar, simultaneamente, as dores e os amores da família Ludlow.
Encabeçada pelo CoronelWilliam Ludlow (o soberbo Anthony Hopkins), a reclusa família habita os ermos campos norte-americanos no período pré-primeira-guerra-mundial. Dolorosamente marcado pelos horrores das guerras em que esteve, o Coronel faz o possível para manter afastado os seus três filhos dos campos de batalha. Paralelamente, a recém-chegada do caçula e inseguro Samuel (Henry Thomas) acompanhado da sua bela noiva Susannah (Julia Ormond) irá desencadear uma série de acontecimentos que mudarão, irremediavelmente, os rumos daquela família.
A história é calmamente contada através de narrações em off (por vezes confusas pelas constantes mudanças do narrador) desde a infância dos garotos. Já aí, somos apresentados ao filho do meio, o preferido do Coronel, o cabeludo, indomável e rude Tristan Ludlow (Brad Pitt). Tristan carrega consigo toda a rebeldia descrita anteriormente, mas, ao mesmo tempo, um olhar doce e carente, daqueles que pedem proteção. Assim, é por esta inusitada combinação de atributos, que a curiosidade de Susannah se aguçará, dando início a um quadrado amoroso que também envolverá o primogênito, todo-certinho e polido Alfred (Aidan Quinn).
Um olhar superficial sobre a história levará olhos menos sensíveis a julgarem machista a posição de Zwick. Afinal, trata-se da clássica visão bíblica da mulher-pecado que vem à Terra com o único intuito de provocar desunião e caos por onde passa. Porém, Julia Ormond se encarrega de desfazer esse clichê ao nos presentear com um atuação minimalista, contida e pontual, na qual transmite a pureza das suas intenções e dos seus sentimentos nos distintos momentos de sua personagem no filme. Se no começo acreditamos no seu amor por Samuel, acompanhamos com naturalidade os seus olhos se voltarem para a beleza selvagem de Tristan e, posteriormente, à sua entrega resignada ao comodismo de uma vida a dois segura - porém sem paixão - à Alfred.
Este, visivelmente incomodado por ser preterido por seu próprio pai, encontra no afastamento uma maneira de se auto-proteger e evitar conflitos diretos. Porém, ao se envolver com a política, acaba por tomar (intencionalmente, sem dúvida) atitudes que vão contra os interesses comerciais da sua família, tornando-se ainda mais afastado e menos querido (eufemismo).
O épico é ainda enriquecido por um elenco de coadjuvantes nativo-americanos que, além de naturalmente alicerciarem muitas das principais características do velho patriarca e de Tristan, colaboram, grandemente, com a composição da idéia de lealdade e igualdade tão pregada e defendida pelos Ludlow, e que será - o tempo todo - colocada em xeque.
Por sua vez, o diretor Edward Zwick se mostra extremamente seguro ao comandar um projeto ambientado e conectado à uma temática comum em sua filmografia. Mesmo que de pano de fundo, as agruras do mundo indígena, e as seqüelas da Guerra Cívil Norte-Americana, são assuntos dominados pelo bom diretor de dois dos meus filmes favoritos. Desta forma, Zwick exibe a natural competência justamente por permitir que seus atores criem momentos realmente tocantes que não saem do imaginário de todas as gerações que já tiveram o prazer de conferir o resultado final do seu trabalho.
Lendas da Paixão é um daqueles filmes em que não vemos o tempo passar. Não sei se pela fantástica trilha deJames Horner, se pela maravilhosa e premiada fotografia de John Toll, se pela inusitada combinação de elementos (como, por exemplo, o parágrafo que deu início a esta postagem), ou se simplesmente por ser uma linda e bem-contada história de amor, daquelas cada vez mais raras nesse estranho cinema tecnológico atual.
Extremamente chateado por ainda acreditar que acabou de perder o seu amigo e parceiro em uma explosão, Lee(Jackie Chan) nos presenteou com esta, uma das melhores cenas do bom e engraçado A Hora do Rush 2.
Sou um profundo respeitador da Língua Portuguesa. E, como tal, sempre procuro tratá-la corretamente, respeitosamente, carinhosamente, para que consiga transmitir os meus pensamentos da forma mais clara e compreensível possível. Além, é claro, de eventualmente fazer uso das infinitas possibilidades combinatórias que uma Língua magnífica como a Portuguesa permite ao compilar um poema, por exemplo. Mas sou das antigas. Não gosto das novas mudanças ortográficas impostas recentemente. Continuo e continuarei acentuando minhas "idéias", e sempre faço questão de usar o famigerado trema em todos os "cinqüentas" e "lingüiças" e afins. Por isso, ao me deparar com este texto em e-mail, não pude deixar de concordar com o tão singelo desabafo desse simpático e esquecido sinal gráfico do nosso idioma. Contenham as lágrimas, por favor.
A DESPEDIDA DO TREMA
"Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o TREMA.
Você pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava ali na Anhangüera, nos aqüíferos, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüenta anos. Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica, e eu simplesmente tô fora. Fui expulso para sempre dos dicionários - seus ingratos. Isso é uma delinqüência de lingüistasgrandiloqüentes.
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio. A letra U se disse aliviada porque eu finalmente irei sair de cima dela. DoisPontos disse que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé. Até o Cedilha foi a favor da minha expulsão - aquele C cagão que fica se passando por S, mas nunca tem coragem de inicar uma palavra. E também temos o obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado que estava, tentei chamar o PontoFinal para trabalharmos juntos fazendo um bico de Reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se eu cultivar um topete moicano posso me passar por Aspas?
A verdade é que eu estou fora de moda. Quem estão na moda são os estrangeiros, é o K e o W, é um tal de kkk pra cá, www pra lá. Até o JogodaVelha, que nunca antes ninguém deu bola, virou celebridade nesse tal de Twitter, que, aliás, deveria se chamar Tüiter.
Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências. Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou-me embora da Lingua Portuguesa. Foi bom enquanto durou. Agora, vou para o Alemão. Lá eles me adoram. Mas, um dia, vocês não vão agüentar de saudades, estou certo. Nos veremos nos livros antigos.
Saio da Língua para entrar na História!"
Trema
(Agradeço à minha tia Elisa que me mandou este texto por e-mail.)
Quem freqüenta este espaço há um tempo, já sabe o quanto sou fã de Oswaldo Montenegro. Após vê-lo ao vivo ano passado, essa admiração cresceu ainda mais, permitindo que, hoje, eu possa seguramente afirmar que trata-se do maior cantor do Brasil. E este sentimento cresce em cada vez que descubro uma nova canção que desconhecera, ou que reescuto algo que há muito tempo não ouvira.
Em um universo musical repleto de "na cama eu te esculacho", escutar - mesmo que por breves minutos - a penetrante voz de Oswaldo Montenegro, traz um alívio para a alma, e um carinho para o coração.
Dia desses, estava aqui vendo o Programa do Jô(em HD) e o entrevistado em questão era Fábio Assunção. Ainda acostumado a tê-lo como galã, após observá-lo atentamente por uns minutos, me dei conta de como os anos (e outras coisas mais) estão sendo cruéis consigo. Aquilo chegou até a me incomodar. Comecei a me questionar se essas pessoas que julgamos serem padrões de beleza manteriam essa fama por tanto tempo ou, até mesmo, se ganhariam essa fama se a televisão em alta definição existisse a mais tempo.
Pois bem, eis que, ao mudar de canal, os deuses da beleza se incumbiram de responder minha pergunta ao mostrarem-me que sim, é possível continuar linda em HD. E a dona desse feito foi a bela e altamente definida Christina Aguilera.
No último final de semana, me dei o imenso prazer de ver, em tela grande, este grande clássico da história da Disney e do Cinema. Confesso que um recorde pessoal meu foi batido. Com exatos dois segundos de projeção, as primeiras furtivas lágrimas já começaram a deslizar pelo meu rosto. A marca anterior era de Forrest Gump, e eu a julgava inquebrável.
Como Cinema também tem a ver com momento, naquele dia (e por que não dizer hoje ainda), um trecho em especial me cativou muito: o já conhecido musical Hakuna Matata. É incrível como esta canção era exatamente o que eu precisava escutar naquele momento.
Têm coisas que nem toda a tecnologia e dinheiro do planeta são capazes de conseguir sem que exista uma pessoa de grande capacidade artística por trás. Iniciar um filme e, com menos de três minutos de projeção, levar a platéia às lágrimas é uma arte pouquíssimas vezes obtida na história do cinema, e, certamente, não seria possível atingir esse patamar apenas com o uso de efeitos especiais ou de animações tecnologicamente mais desenvolvidas. É necessário ter sensibilidade.
Normalmente, esses minutos iniciais são usados para nos apresentar os personagens e a trama principal, porém, em poucos casos, mal sentamos nossas bundas na poltrona, e já estamos diante de verdadeiras obras-de-arte. Quando fui pesquisar para decidir por qual filme optaria para iniciar esse assunto, percebi que não eram muitas as opções. Mas, certo estou de que O Rei Leão é a melhor de todas elas.
Desde a escolha sensacional da trilha sonora, até cada sutil detalhe que acompanha a chegada dos animais, tudo é magnífico nesses 4 minutos de vídeo. O belo sombreado dos animais com o céu alanranjado ao fundo, a linda montanha envolta em névoa, a absurdamente bela tomada em primeiro plano de formigas em um galho enquanto, em segundo plano, vemos esboços das zebras galopando, enfim, cada frame estampa, por si só, um verdadeiro cartão-postal daquele ambiente, até então, desconhecido. Mas, mais do que isso, funciona como um convite, praticamente nos intimando a mergulhar de cabeça, cheios de expectativa, para o que virá a seguir. E nesse aspecto, O Rei Leão não nos deixa decepcionados em nenhum momento.
É maravilhoso constatar o cuidado dos realizadores aos pequenos detalhes. Perceber como a música "cresce", à medida que vai se aproximando o clímax, e, sempre que isso ocorre, a edição corta para uma tomada aérea que nos permite ver a grandeza do momento o qual estamos prestes a observar. Momento este que vai assumindo, a cada segundo, um tom maior de urgência e magnitude.
Como se não bastassem todos esses detalhes técnicos, de quebra, a Disney (como sempre) acerta em cheio ao enfatizar o lado "humano" daquilo tudo que está ocorrendo. Desde a respeitosa expressão mantida por todos os animais, até o grandioso momento em que um macaco ancião surge, por entre os demais bichos, e logo é recebido, carinhosamente, pelo casal de leões sobre a pedra. Temos a nítida sensação, ou certeza, de que todos ali se conhecem, se respeitam, e sabem exatamente que lugar ocupam naquele sistema.
Caso, ao ver o vídeo, você ainda não tenha se emocionado até este ponto, duvido que conseguirá conter os arrepios e as lágrimas quando chegamos ao clímax. Simultaneamente, atinge-se o ponto máximo da canção, montagem, fotografia e sensibilidade. Ver o Simba sendo erguido ao som de Circle of Life, não só é uma experiência cinematográfica fantástica, bem como algo grandioso, capaz de nos fazer valorizar, devidamente, cada instante de nossas vidas.
Se já foi possível dizer tudo isso a repeito dos 4 primeiros minutos do filme, imaginem, então, o quanto poderíamos falar da obra toda. Porém, melhor do que falar é ver. Veja ou reveja, urgentemente. É o que vou fazer.
Por enquanto, palmas à Disney, que valorizou cada instante desse grande clássico.
Hoje, muitos meses depois de ter vislumbrado o projeto, comecei a trabalhar no meu novo Dojo em Ribeirão Preto. E valeu cada longo e angustiante dia de espera. Que seja apenas o primeiro de muitos "HAPPY days" que virão pela frente.
Depois de doispobres sonetos mal escritos, resolvi revitalizar esta sessão do Blog com algo verdadeiramente grandioso. Já conhecia essa poesia, provavelmente ainda na época da escola, mas há muito não a lia. Estava passeando pelo Orkut de um aluno e amigo, e não resisti em não postá-la. Obrigado, Betão, por me fazer reler e sentir a força de tão belas palavras.
Motivo
Eu canto porque o instante existe
E a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
Sou poeta.
Irmão das coisas fugidias,
Não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
No vento.
Se desmorono ou me edifico,
Se permaneço ou me desfaço,
- Não sei, não sei. Não sei se fico
Ou passo.
Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
Mais nada.
Cecília Meireles
Fazendo uso das palavras que sei que um dia me foram ditas sobre um outro espetacular poema - Metade - de Oswaldo Montenegro, e que, certamente, valem para este também:
Ao ler a inusitada sinopse do novo trabalho de Lars Von Trier (Melancolia, 2011), não tive como não me recordar do seu útimo, o maravilhoso Anticristo (Antichrist, 2009).
Mesmo com todas as críticas que possam ser feitas ao desenvolvimento narrativo deste último, é inegável, inquestionável e impensável que alguém não se comova com os espetaculares cinco minutos iniciais do filme. Não se trata apenas de um gratuito exercício de estética. No vídeo abaixo, vocês verão que é possível se contar, de uma maneira extremamente bela e tocante, um fato absurdamente triste.
Usando de modo genial a combinação entre a fotografia em preto-e-branco e a super câmera lenta, o diretor dinamarquês nos conta a infeliz história de um casal que permite(?) que seu filho único despenque de uma janela exatamente enquanto eles tinham uma relação sexual. Fazendo uso artístico de cenas de sexo explícito, Von Trier consegue transformar algo naturalmente agressivo (o coito em si), em um harmônico componente narrativo, não soando, de maneira alguma, gratuito. Além disso, ele ainda recheia o seu Prólogo com simbolismos mil que serão trabalhados no restante do filme. Simbolismos estes, que certamente passarão batidos a muitos espectadores casuais ou àqueles que tenham preguiça de buscar informações que, eventualmente, serão importantes para a completa compreensão do que se está sendo mostrado.
Esta já pretensiosa combinação de elementos incomuns, ainda ganha a moldura da bela áriaLascia Ch'io Pianga, do alemão George FridericHandel. Por tudo isso, e, claro, por tudo a que se assistirá na seqüência, Anticristo é - certamente - um dos grandes filmes da década passada, e, sem dúvidas, um dos mais espetaculares cinco minutos iniciais da história do Cinema.
Na última semana antes das férias de Julho, fui convidado pelo meu amigo (e professor de História) Rafael Cardoso, para falar - às crianças do 6º. ano do Colégio Liceu Albert Sabin - sobre as minhas experiências no Japão. A idéia era de procurarmos passar detalhes e/ou curiosidades que contribuíssem para que houvesse uma maior compreensão da importância daquela cultura num contexto histórico mais amplo. Assim, neste momento, além de passar um bom tempo contando algumas histórias e dando algumas explicações necessárias, fiz uso daquele recurso que nunca me abandona: o Karate.
E foi exatamente nesta hora que criamos os momentos mais marcantes desta visita divertidíssima. Primeiro, mostramos para as crianças um pouquinho de GoHon Kumite (cinco ataques) e, como vocês verão, o professor Cardoso mostra, em suas explicações, que domina ambas as Artes: a do Karate e a da comédia.
Na seqüência, vendo que o interesse dos alunos se mostrava cada vez maior, chamamos um aluno que também é praticande de Karate para que se justasse a nós. Fizemos, então, o Kata Heian Shodan no meio da classe. O resultado até que não foi dos mais desastrosos, e as risadas sinceras das crianças comprovam isso.
Por fim, só me resta agradecer à todos que me recepcionaram tão calorosamente naquela fria manhã ribeirãopretana. Professores, alunos, diretores, enfim, todos os que colaboraram, enormemente, com o sucesso de uma visita despretensiosa que tornou-se inesquecível.
E, claro, um grande abraço ao meu bom e velho amigo, o Sensei Cardoso.
Neste último domingo, estive conhecendo um dos três principais Parques Municipais daqui de Ribeirão Preto. O local - Parque Raya - é muito agradável, de enxuta beleza e, mais do que isso, ganha muito pontos por sua faceta extremamente aconchegante. Passei três horas muito agradáveis e, certamente, voltarei mais vezes, provavelmente acompanhado por um bom livro e um lençol.
Parque Raya em Ribeirão Preto
Esta grata surpresa me remeteu à um lugar maravilhoso em que estive em Tóquio: o Kitanomaru National Garden. Localizado no centro da megalópole, o lindo parque é tão grandioso que, por muitas vezes, tive medo de me empolgar na caminhada e não conseguir mais me lembrar de onde havia vindo. O mais interessante foi que, em primeiro momento, o meu objetivo era apenas o de conhecer o tradicional templo das Artes Marciais - Budokan - localizado no centro do referido parque. Sendo assim, foi um brinde espetacular poder desfrutar de algumas horas em meio à natureza impecavelmente preservada do Kitanomaru.
Entrada.
Por sua vez, o Budokan destaca-se dos ginásios esportivos convencionais, por conta da sua arquitetura totalmente inspirada no modelo tipicamente japonês. Assemelhando-se à um gigantesco templo xintoísta, este palco é responsável por receber diversos eventos de Artes Marciais, sendo, por isso, famoso no mundo todo.
Este Octógono sim é o Templo das Artes Marciais. (no alto à esquerda)
Budokan
Provando que não é foto do Google.
Kitanomaru National Garden
Saindo do parque, temos essa bela visão da Natureza competindo com a urbanização.
Kitanomaru National Garden
Essas aves produziam um som terrivelmente assustador (para mim que tenho pterofobia).
Provando que não é foto do Google.
Neste dia em que venci o desafio de desbravar uma cidade como Tóquio, enfrentado todas as dificuldades impostas por não falar o idioma, não saber onde ir, não ter dinheiro para táxi e não ter tempo suficiente, posso dizer que, certamente, tive a companhia sempre inseparável (lá por aquelas terras) do nosso amigo abaixo, tão forte e grandioso que nem mesmo a copa das árvores ou as modernas lentes fotográficas conseguem ofuscar: