quinta-feira, 16 de maio de 2013

O CARTEIRO E O POETA #15: O MEU AMOR

Como cantou Lulu Santos: apenas mais uma de amor.

O MEU AMOR

Hoje eu tenho um amor que é todo meu!
Ainda que invariavelmente ele seja por alguém,
Mesmo que venturosamente eu esteja com outrem,
Nada há de me afastar do meu amor.

E neste amor que é só meu,
Encontro meu recanto de paz no turbilhão,
A fresta de ar em meio à multidão,
Um minuto de alívio para quando dói a paixão:
Sempre.

E quando por acaso eu me esqueço dele,
Seduzido pelo êxtase temporário mundano,
Ao contrário de tudo que se pode prever,
E por mais que possa parecer insano,
Contra mim meu amor não há de se volver.
Sem questionamento, sem engano.

É simples entender por que meu amor é de tal jeito:
Por sonhar dos meus sonhos, se apresentar nos meus medos,
E ainda que enfadonhos, resguardar meus segredos.
Por isso eu nunca perco esse amor de mim,
E mesmo que aconteça de as vezes sozinho
Ter que vivê-lo apenas em minha mente,
Ele continuará a ser perfeito, ainda assim:
Suficiente.


E se alguém quiser meu amor conhecer,
Enxergar verdadeiramente os meus recônditos anseios,
Se entranhar nas profundezas dos meus pensamentos alheios,
Compartilhar da dolorida solidão do não-crer,
Quando esse dia chegar lhe hei de dizer,
Que o meu amor já não mais me pertence,
Transformou-se como naquela mágica circense,
Bem como tudo que outrora fora meu.
E agora feliz demais por poder escrever:

Hoje eu tenho um amor que é todo seu!

Danilo Peres

OSS!

quinta-feira, 28 de março de 2013

O SOM DO CORAÇÃO #28: PERHAPS LOVE - JOHN DENVER & PLACIDO DOMINGO

♪Talvez o amor seja como um local de descanso,
Um abrigo da tempestade.
Ele existe para te oferecer conforto,
Ele está lá para te manter aquecido.
E naqueles tempos de dificuldade,
Quando você está na maior parte sozinho,
A lembrança do amor vai te trazer para casa.

Talvez o amor seja como uma janela,
Talvez uma porta aberta,
Ele te convida para chegar mais perto,
Ele quer te mostrar mais.
E mesmo se você perder a si mesmo e não souber o que fazer,
A lembrança do amor vai te acompanhar.

O amor para alguns é como uma nuvem,
Para alguns tão forte como o aço,
Para alguns um modo de vida,
Para alguns um modo de sentir.

E alguns dizem que o amor está persistindo,
E alguns dizem que está desistindo,
E alguns dizem que o amor é tudo,
E alguns dizem que não sabem...

Talvez o amor seja como o oceano,
Repleto de conflito, repleto de dor,
Como uma chama quando está frio lá fora,
Um trovão quando chove.
Se eu viver eternamente,
E todos os meus sonhos tornarem-se realidade,
Minhas lembranças do amor serão sobre você. ♪




Maybe? Talvez! Perhaps...

OSS!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O CARTEIRO E O POETA #14 - PATIENCE / ESPERA

Um pouco de "patience" sempre ajuda.


Quase nunca escrevo algo direcionado especificamente à alguém.

Quase...

ESPERA

Espero,
Não só por ser o que quero,
Tampouco a ti por ser quem venero,
Dito isso, repito, reitero,
Te espero.

Espero,
Ainda que dias em vão sejam,
Noites de solidão latejam,
Pranto, canto a que todos vejam,
Te espero.

Espero,
Pois já não volta o que foi vivido,
O abraço dado e que foi sentido,
Um para sempre é todo meu pedido,
Se para a história escrever contigo,
Te espero.

Espero,
Novamente da pele o resvalar,
De desejo o olhar se encontrar,
Do seu peito o palpitar escutar,
Para que em cada batida certo afirmar,
Te espero.

Te espero,
Sei que sozinho não me senti assim,
Eu por você, você por mim,
Vero!
E que o início não torne o fim,

Espero!

Danilo Peres

OSS!




quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

O CARTEIRO E O POETA #13: ELE / ELA

Escrever é muito difícil. Provavelmente, possivelmente, em uma lista de coisas absurdamente complexas, o ato da escrita, da boa escrita, se situe nos mais altos graus de dificuldade, ao lado, talvez, do Ballet, do Xadrez, e de rir ao ver Zorra Total.

E como a minha escrita não é boa, longe disso, passo temporadas e temporadas sem conseguir escrever uma única linha sequer, sendo assim, obrigado a apelar para esses carinhas aí da postagem anterior.

Eu nunca conseguirei escrever nada semelhante. Aliás, me comparando a alguém assim, sou de fato um semi-analfabeto. Ou analfabeto mesmo. Deve ser a mesma sensação de que entrar numa piscina para nadar com o Phelps. Algo digno de pena.

Mas, corajoso que sou, insistente, eis que, depois de muito tempo, as palavras (mesmo que pobres) voltaram, e consegui escrever isto:

ELE / ELA

Ela amava ele.
Ele era um personagem,
E no palco de sua vida,
Ressentida ainda era a dor da partida.

Ele amava ela.
Ela era uma miragem,
Que como tal, via o que não havia,
Abusava de errar mais que podia.

Ela amava dele,
O sorriso, o juízo, o carinho preciso.
O jeito, o mal-feito, o tato perfeito.
Mas isso nunca fora suficiente.

Ele amava dela,
A alegria, a companhia, a risada do dia.
A rotina, a endorfina, o olhar de menina.
Mas ainda assim era carente.

Ele ama ela.
Já que amor não morre na dor,
E se dói é porque ainda há,
Diferente, transformado, mudado de cor.

Ela ama ele.
Do seu jeito estranho, esquisito,
Mostrando sempre grande conflito,
Por fora agredindo, por dentro bonito.

Mas assim tem de se eternizar o amor dele,
Se não na capela, que seja na tela,
Pois como tal o dela também deve ser,
E nada tão belo se há pra dizer:

Ela era ele.
Ele era ela.

Danilo Peres

OSS!