segunda-feira, 18 de abril de 2011

SHOGUN #10: SHINKANSEN

Shinkansen chegando em Osaka.
Sem dúvida alguma, o Shinkansen (trem-bala japonês) é um dos (senão "o") maiores cartões-postais do Japão. Movendo-se, flutuantemente, com uma velocidade média de 300Km/h, o Shinkansen não apenas é a forma mais rápida de se locomover por todo o interior do país, bem como um passeio prioritário para quem está a visitar a Terra do Sol Nascente.


Por se tratar de um cartão-postal, ou seja, algo procurado por turistas de todas as partes, há uma série de preocupações em manter a excelência no serviço. Desde a absoluta precisão no cumprimento dos horários (algo de se fazer inveja a qualquer serviço britânico), passando pelo generoso conforto e incrível tecnologia, e chegando, finalmente, àquele que sempre é o ponto que mais me chama a atenção: a relação entre as pessoas. Neste aspecto, o trem-bala japonês se destaca como sendo um dos poucos recantos onde ainda se é possível observar hábitos e costumes antigos em contraste com a já citada tecnologia de ponta. Para exemplificar o que estou dizendo, basta dizer que todos os funcionários do Shinkansen, ao se locomoverem pelo interior do trem, sempre fazem uma mesura (cumprimento típico japonês) ao adentrar e ao sair de um vagão.

Estação de Kyoto.
Quando desembarquei no aeroporto de Narita e fui tomar o Shinkansen com destino a Shinagawa (Tóquio), confesso não saber que já estava dentro do famoso trem-bala. Confesso, também, que jamais poderia afirmar que, de fato, estava a 300 Km/h. A viagem é tão estável quanto uma feita num bom carro numa boa estrada. A paisagem vista ao longe era sempre bela, especialmente quando recoberta pela neve de inverno. Mas, ao olhar as coisas que passavam próximas à janela, conseguia ter a noção exata e assustadora da velocidade daquele meio-de-transporte fantástico.

Belo vitral da Estação de Maibara Nagahama.
Por se tratar de um transporte caro (uma viagem de 2h poderia custar algo do tipo Y$ 10.000 ou R$ 200), o serviço é, basicamente, utilizado por japoneses abastados financeiramente. Primordialmente, homens e empresários. E era interessante ver como eles incorporavam aquela viagem ao seu dia-a-dia, muitas vezes almoçando ou tomando o café-da-manhã dentro do trem sem o menor constrangimento.

Meu Rail Pass e todos os bilhetes do Shinkansen.
Pelos meus cálculos (já não mais tão precisos por conta da passagem dos meses), fiz umas 15 viagens de Shinkansen. Na maioria das vezes, partindo da estação de Maibara. Outras, de Toyohashi. E os destinos foram em ordem cronológica: Kyoto, Osaka, Tóquio, Fuji e Hiroshima. Jamais irei me esquecer de nenhum segundo passado acima daqueles trilhos, especialmente porque cada destino era magicamente especial e único. As paisagens que meus olhos viram ficarão registradas para sempre em minha memória e em meu coração, e hoje, mesmo com o passar das semanas que insiste em atritar com a força das memórias, não tenho como não me arrepiar e me emocionar ao rever, ainda que por foto, a visão do Monte Fuji pela janela do trem. E a minha "cara" refletida no vidro é algo que não apenas fala por si só, mas que também reflete toda a magia de um momento espetacular da minha vida que está guardado. Bem guardado.


OSS!

2 comentários:

  1. Correção, esse vitral é em Nagahama, antiga capital da provincia, e por causa da fábrica de vidro (Garaçu), a estação foi decorada com vitrais.

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  2. Nossa, verdade, é da estação de trem de Nagahama mesmo. Obrigado!

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