quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

SHOGUN #3: HIROSHIMA

Queridos amigos, sei que irei desrespeitar a ordem cronológica dos acontecimentos, mas, não tenho como protelar - por mais tempo - esta postagem. Caso contrário, eu perderei esse sentimento de urgência que me habita e que somente existe no calor do momento.

Desde que soube que viria para o Japão na metade de 2010, já tinha em minha cabeça que Hiroshima seria um destino que jamais poderia deixar de visitar. Neste meio tempo, assisti o espetacular Anime (já comentado pelo blog) Gen Pés Descalços, o que apenas serviu para aumentar a necessidade que teria de visitar a cidade vitimada pela bomba atômica norte-americana na Segunda Guerra Mundial.

Muito mais do que a expectativa de encontrar destroços ou algo do tipo, a minha vontade era somente de respirar o ar da cidade, sentir o clima, colocar os pés naquele solo, olhar para as pessoas que lá habitam e tentar enxergar algum resquício do que se passou por lá há pouco mais de meio século. 

Em contrapartida, vocês sabem que nos últimos dias tenho conhecido lugares fantásticos, verdadeiros patrimônios da Humanidade, como o imponente Coliseum, o hipnotizante Monte Fuji, e as lindas cidade de Kyoto e Osaka, mas, acreditem, nenhum desses lugares conseguiu me causar a sensação inexplicável de caminhar em Hiroshima. Por mais de uma vez, eu me peguei chorando apenas ao observar a magnitude do poder de reconstrução que a cidade (e o país, claro) teve para, novamente, se mostrar imponente e reerguida. Por cada quarteirão que passava, olhava a grandiosidade dos edifícios e não conseguia deixar de imaginar aqueles mesmos lugares em caos. Por cada pessoa que cruzasse meu caminho, não conseguia deixar de pensar que, possivelmente, algum parente ou amigo daquele ser-humano teria sido perdido, vitimado pela barbárie do covarde ataque atômico. E, me digam, há como não se emocionar com isso?

Estação de Hiroshima.



Depois de ter visitado o belo Castelo de Hiroshima - destruído na II Guerra Mundial e imediatamente reconstruído com o intuito de dar o primeiro passo rumo a recontrução da cidade (e do país), mostrando dessa forma que, apesar de derrotado, o Japão não tombaria e teria poder e força suficientes para  voltar a ser a grande potência de outrora - me dirigi para o mais esperado local: o Memorial da Paz.

Entrada do Parque do Castelo de Hiroshima.
O belo Castelo de Hiroshima.

Chegando lá, um arrepio percorreu todo meu corpo, senti um misto de paz e tristeza. Dificilmente conseguirei expressar em palavras e nem em fotos, mas, foi algo que jamais sentira em toda minha vida. Sei que sou mais intimamente ligado à cultura japonesa do que grande parte da população, porém, penso que apenas sabendo o que ali se passou, já se têm razões suficientes para que se sinta (intensamente) o local.

 No fundo, destroços intocados da bomba.

 Museu.
 "PAZ" em muitos idiomas.
Relógio que marca os dias desde a explosão da bomba e desde o último teste nuclear.

No fim de tudo, a imagem que melhor representa e mais sintetiza a sensação de estar em Hiroshima, é a que vi e fotografei no Parque do Castelo. crianças! E com elas, todos os simbolismos e todas as metáforas que vocês puderam imaginar.

Morte.

Renascimento!

BANZAI!

OSS!

3 comentários:

  1. Pois é, tb tive muitas dificuldades para achar as palavras...

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  2. Realmente sem palavras... Sonho conhecer pessoalmente e sentir essa emoção a flor da pele.

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