Atualizado (15/02/11) ...
Desde pequeno, sempre ouvi dezenas de histórias curiosas sobre o Japão. De fato, trata-se de um país que nos desperta a curiosidade, talvez por ser o "outro lado do mundo", talvez por possuir uma cultura tão vasta e diferente da nossa, talvez apenas pelo desejo de compreender o que nos é desconhecido. Na minha infância, via o Jaspion enfrentar o maldoso McGaren e sonhava com o dia em que o Gigante Guerreiro Daileon venceria, finalmente, o vilão Satã Goss. Ao mesmo tempo, jogava meu Nintendo de 8 Bits e brincava com o meu Pense Bem, da japonesa Tec Toy. Um pouco depois, o (já mencionado pelo blog) Anime Street Fighter Victory me levou ao Karate. No Karate, fui apresentado às histórias de Samurai, descobri o livro Musashi (meu preferido até hoje), chorei com O Último Samurai, e, finalmente, tornei-me um.
Brincadeiras a parte, deu para perceber que, não apenas a minha, mas a vida de muitas crianças da minha geração foi cercada, por todos os lados, pelos mistérios, lendas e curiosidades provenientes desse lugar fascinante que é o Japão. E o que farei a seguir é, na medida do possível, tentar contar para vocês alguns dos fatos que tenho comprovado - ou desmentido - agora que estou observando de perto os hábitos e costumes do povo japonês.
Na medida do possível, vou tentar ilustrar essa postagem com fotos. Não será uma tarefa fácil, mas, sem dúvida alguma, tornará o argumento muito mais forte, engraçado e interessante.
01. Não sei o que os japoneses fazem depois das refeições, mas, certo estou de que não é escovar os dentes. Nunca vi um povo com os dentes tão feios. Adolescentes lindas (de boca fechada) tornam-se feias ao sorrirem. Homens e mulheres com dentes pretos (vejam bem, disse pretos e não amarelados) e, incrivelmente, crianças ainda com dente-de-leite todo estragado. Disseram-me que os cuidados dentários são caros por aqui, mas não me convenceram com esse argumento. Vou tentar fotografar e continuar buscando explicações para esse triste fato.
02. Qualquer cidadão japonês que tenha - aproximadamente - mais de 11 anos de idade, e o mínimo de coordenação motora para o manuseio, pode ter (ou tem) um Iphone 4.
03. Mas, ao contrário do que sempre escutamos, não, eles não jogam os IPhones antigos, nem os PlayStation 2, nem "antigas" TVs de Plasma no lixo.
04. Os homens japoneses não olham para a bunda das japonesas na rua. Inicialmente, achei que seria pelo fato delas, notoriamente, serem desprovidas desse atributo. Mas, passados alguns dias, concluí que, de fato, eles não olham pelo simples motivo de serem distantes das mulheres ou, sei lá, não gostarem. Na verdade, ninguém olha para ninguém. As pessoas passam umas pelas outras sem se verem. Talvez isso explique o porquê das adolescentes se pintarem tanto e se vestirem como se vestem. Talvez isso explique o alto índice de estupros e de suicídios. Mas, fato é, não existe paquera explícita, e não existe nem abraço nem beijo em público.
Espécie de meia-calça para levantar a bunda das mulheres japonesas
05. Por outro lado, por aqui você pode, tranquilamente, carregar o seu PlayStation 3 numa sacola enquanto cochila no Metrô. Não existem (ou raramente acontecem) assaltos, furtos, e demais crimes corriqueiros no Brasil. Por exemplo, a Delegacia de Polícia da Cidade de Nagahama é especializada em deter criminosos que avançam, sorrateiramente, os sinais de trânsito. Também possui alto índice de eficiência no combate aos delinquentes pedestres que atravessam a rua fora da faixa e, ainda tem muito o que melhorar no que tange aos meliantes (como eu) que insistem em ignorar a Lei e tiram fotos dentro de estabelecimentos comerciais e/ou privados.
Delegacia de Polícia de Nagahama
06. Na escala de fofura da Natureza, os bebês japoneses ocupam o primeiro lugar. Acompanhados - de perto - pelos filhotes de Leão, pelo Urso Panda e, claro, pelo Bulldog Inglês.
07. Estando no Japão, é mais fácil aprender o idioma local do que tentar se comunicar em inglês. Disto não me resta dúvida alguma. Cheguei a esta conclusão após me deparar com uma garçonete que se dirigiu a mim com o seguinte questionamento: "DURINCO?". Honestamente, não sei se teria conseguido compreender, sem ajuda externa, que ela estava me perguntando se eu gostaria de algo parar beber (to drink - em inglês). E este não foi apenas um caso isolado. O tempo todo sou bombardeado com coisas to tipo, "boyfirendo" (boyfriend) ou "gudo" (good). É cômico, porém, ao ver minha única esperança de conseguir algum tipo de comunicação indo-se embora, torna-se trágico. Ainda bem que existem a mímica e o McDonald´s.
08. Não vi motos no Japão. Vejam bem, eu disse "não vi". Creio que elas existam, afinal, trata-se do país da Honda, Yamaha, Kawasaki, mas, o simples fato de, em mais de vinte dias, eu não ter visto sequer uma motoca é curioso.
09. Isso só existe lá. Freud explica!
Fomos em quatro pessoas tentar comer esse sorvetinho aí. Digo "comer", pois nele havia todo tipo de iguaria da culinária dos obesos. Sucrilhos, chantilly, pudim, pão, frutas, bolo, coberturas, enfim, dezenas de guloseimas aliadas à um enjoativo (depois do terceiro quilo) sorvete de baunilha.
A minha cunhada teve a petulância de apostar
Y$ 10.000,00 comigo (algo em torno de R$ 200), alegando que eu não conseguiria tomar o sorvete sozinho. Após ver o tamanho da "criança" (e o preço - algo próximo a R$ 100), lhe disse que nenhum ser humano conseguiria, e que ela poderia, tranquilamente, apostar o valor que quisesse.
Como tínhamos acabado de almoçar, nem mesmo em quatro pessoas conseguimos tomar tudo. Mesmo assim, valeu cada centavo, pois, depois do açúcar invadir o sangue, não paramos de rir sequer por um segundo.
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