domingo, 31 de julho de 2011

O ESPELHO TEM DUAS FACES

Atualização:

Lembrei-me que, meses atrás, em Hiroshima, havia feito esta outra foto aqui. A postagem explica o porquê dela ser tão especial para mim.

OSS!

________________________________________________________________________________

No Dia dos Namorados, fazendo uso da câmera apenas razoável (principalmente sem luz natural) do Iphone 3G, fui bastante elogiado por ter feito esta foto. O que me ficou claro é que, muito mais do que a qualidade do equipamento, para se fazer uma boa foto é preciso ter sensibilidade. De nada me adiantaria qualquer uma das centenas de máquinas superpotentes que vi no Japão, se virasse para os meus avós e lhes pedisse que posassem para mim. Provavelmente não tiraria nenhuma foto com a carga emocional desta foto em questão.

Pois bem, eis que, outro dia, com o mesmo precário equipamento, ao novamente visitar o bosque de Ribeirão Preto, consegui tirar esta que, mesmo claramente não possuindo um terço do apelo da outra, não deixa de ser um bom exemplo de timing fotográfico.

Vale ressaltar que, assim como não entendo nada de cinema, poesia, música, e - até mesmo - Karate, eis aqui mais um tema em que arriscarei meus palpites. 

Estou ficando especialista nisso.

ONDE A ONÇA BEBEU ÁGUA
 OSS!

quarta-feira, 27 de julho de 2011

quarta-feira, 13 de julho de 2011

OS INTOCÁVEIS #2: O ÚLTIMO SAMURAI

"Perfeitas! Elas são todas perfeitas."
É com esta frase que, moribundo, o personagem principal do maravilhoso O ÚItimo Samurai (2003), Katsumoto (Ken Watanabe - indicado ao Oscar) encerra, grandiosamente, sua participação no subestimado longa do bom diretor Edward Zwick (Lendas da Paixão, Diamante de Sangue). E, através dela, ele resume não apenas o que de melhor e mais sensível há no longa, mas também sintetiza o que existe de mais intrigante naquela cultura tão grandiosa.

Antes de mais nada, vocês não fazem idéia de como foi difícil selecionar uma única frase que cumprisse o propósito acima mencionado. Durante todo o filme, são proferidas diversas que, preciosamente, também poderiam ocupar tal cargo. Porém, o que fez com que eu optasse por esta, foi o debate que ela me sugere internamente. Tentarei explicar: a cultura japonesa, como todos sabem, se caracteriza, resumidamente, pela busca constante da perfeição em todos os aspectos possíveis. Como o próprio filme se incumbe de nos dizer, "desde a hora em que acordam, até a hora em que vão dormir", existe - nos japoneses - o cuidado e o desejo de se chegar o mais próximo possível do que se define como perfeição. E é exatamente neste ponto que um sensacional debate pode ser desenvolvido: o que vem a ser, afinal, "perfeição"?

Não vejo como se fazer uma boa análise do filme sem que se tenha conhecimento  destas nuances culturais. Limitar-se a analisar o filme tecnicamente, sempre nos levará à uma leitura limitada e empobrecida, fazendo com que a grande obra que se encontra justamente escondida nas peculiaridades em questão, nunca venha a tona. Alguns meses atrás, num debate de Orkut, um sabichão virtual disse-me a seguinte pérola: "um bom filme nunca vai se calcar em nível de conhecimento temático". Numa rápida leitura, até que soa bonitinha. Porém, ao olhar mais de perto, além de escancarar a preguiça em aprender, ela também nivela por baixo toda e qualquer discussão que se possa ter sobre um filme. Desenhando: eu não preciso entender de Ballet para apreciar Cisne Negro, mas é óbvio que, se entendesse, enxergaria dezenas de detalhes grandiosos que, certamente, não foram inseridos lá gratuitamente. E, negar-se a aceitar este fato, me soa como justificativa para a própria ignorância.

Voltemos: depois de uma vida inteira dedicada à busca constante da perfeição, o líder dos Samurais, Katsumoto, é contemplado, em seu leito de morte, com o vislumbre de que, na verdade, tudo aquilo que ele julgava ser imperfeito, na verdade eram suas próprias imperfeições sendo exteriorizadas. E a reconfortante sensação que esta visão lhe traz, faz com que toda sua vida ganhe sentido, transformando, assim, sua morte em algo luminoso e redentor.

A pergunta que se segue: por que, então, se dedicar a aperfeiçoar-se constantemente em todas as suas rotinas e treinamentos, se, na verdade, as imperfeições estão dentro de nós mesmos?

Fazendo um paralelo com o Karate, costumamos dizer que o aluno deve usar força máxima o tempo todo. Porém, depois de muitos anos de treinamento, ele irá descobrir por conta própria que, na verdade, quanto mais relaxado ele estiver, mais o seu Karate irá fluir. Assim, podemos concluir que, de acordo com o pensamento Samurai,  atinge-se o objetivo maior apenas se sua vida tiver sido verdadeiramente dedicada àquele propósito, não sendo possível obter a recompensa de uma morte contempladora se durante a vida não houve essa busca.

O Último Samurai nos conta a história do Capitão do Exército Americano Nathan Algren (Tom Cruise, impecável) que, após ser enviado ao Japão com o intuito de guerrear contra os tais guerreiros nativos, se vê capturado e apriosionado pelo inimigo, tendo então que, obrigatoriamente, conviver com aquela cultura - para ele - tão estranha.

Mesmo utilizando-se da mesma premissa de outra grande obra do Cinema (Dança com Lobos, 1990), e certamente servindo de modelo para outro excepcional filme que viria anos depois (Avatar, 2009), O Último Samurai consegue se destacar neste universo já explorado justamente por conta das peculiaridades extremamente bem exploradas da cultura japonesa. Vejam, por exemplo, em um determinado momento observamos um general japonês sendo decapitado "agradecidamente" pela espada do seu inimigo. Aquilo que, aos nossos olhos ocidentais, poderia soar como uma violência gratuita e desnecessária, é habilmente convertido em uma tocante lição sobre o significado oriental da morte, honra e respeito.

Ao estabelecer Katsumoto como um sujeito demasiadamente complexo, inteligente e instigante, que vê na oportunidade de, ao conhecer o seu inimigo, tirar valiosas lições de guerra e de vida, o coeso e irretocável  roteiro de John Logan abre caminho para este que, sem dúvida, é o melhor trabalho de um coadjuvante daquele ano. Ken Watanabe consegue, com maestria, compor um personagem instrospectivo e ao mesmo tempo comunicativo e alegre, sem que, com isso, se enfraqueça diante dos nossos olhos e dos olhos inimigos. Sábio com as palavras, Katsumoto sabe exatamente como deve proceder para atingir os seus objetivos, e consegue exprimir seus  sentimentos da maneira mais bela possível: no olhar.

Há uma maravilhosa e singela cena que compõe perfeitamente essa idéia: após ter passado todo o inverno "aprisionado" na aldeia dos Samurais, Algren é escoltado até a cidade por um comboio organizado por Katsumoto. Ao chegar lá, este, com os olhos marejados, olha nos olhos do americano, devolve-lhe um livro que havia tomado emprestado e diz: "quando você chegou aqui, você era meu inimigo". Assim, sem necessidade de abraços efusivos ou de verbalizadas declarações de amizade eterna, Katsumoto transmite, com clareza, o profundo sentimento de respeito, amizade e gratidão que passou a nutrir por aquele que, meses atrás, queria matá-lo.

Ken Watanabe nos presenteia com uma atuação contida e minimalista, destacando-se, justamente, por embutir suas emoções e seus sentimentos em seus pequenos gestos, olhares e trejeitos. Decisão esta que se mostra acertada pois, de fato, corresponde precisamente à uma das maiores características do povo japonês. Com isso, o talentoso ator além de roubar a cena toda vez em que aparece na tela, conquistou sua primeira indicação ao Oscar, e obteve o reconhecimento que lhe permitiu participar de alguns outros grandes projetos cinematográficos, tais como, Memórias de Uma Gueixa, Cartas de Iwo Jima e Batman Begins.

Já o diretor Edward Zwick, mostra ter feito corretamente o dever de casa em Tempo de Glória e Lendas da Paixão, conseguindo, neste, unir a precisão técnica do primeiro com a sensibilidade e emoção do segundo, nos brindando, assim, com um filme que consegue, em momentos distintos, provocar o riso, a comoção, a apreensão e nos deixa boquiabertos diante da magnitude do que estamos vendo.

Mas nem de longe os maiores méritos de O Último Samurai são suas virtudes técnicas, e sim o fato de ter mostrado, sensivelmente, um maravilhoso (e muito difícil de ser retratado) período da cultura japonesa. E esse fato se torna cada vez mais inquestionável (para mim), à medida em que começo a me recordar de outras obras que corroboram com este argumento. Lembro-me que, um tempo atrás, li um pequeno livro chamado A Arte Cavalheiresca do Arqueiro Zen. Trata-se da história de um filósofo alemão que parte para o Japão em busca de aprimorar-se na prática do Zen. Lá chegando, ele opta, entre muitas possibilidades, pela prática do Tiro Com Arco. Depois de um tempo praticando, dá-se conta de que o seu Mestre pouco se importa com o resultado do seu tiro, mas sim com o processo que o precedia, dizendo-lhe, categoricamente, que "acertar o alvo era apenas um detalhe insignificante".


Justamente por captar com maestria essa essência antagonicamente óbvia e confusa, O Último Samurai se destaca, sobremaneira, neste universo tão poluído de filmes relacionados à cultura oriental, fazendo com que toda e qualquer análise que não observe tais atributos, seja, fatalmente, pobre diante da grandeza e da importância de tais "detalhes".

E, para provar que o filme realmente tem um efeito devastador em mim, ao invés de ficar procurando as palavras perfeitas para encerrar essa postagem, vou encerrá-la bruscamente, de forma não-planejada, justamente para, quem sabe, torná-la tão humana e imperfeita quanto qualquer Samurai.

Até mesmo o último.

OSS!

UM DIA ESPECIAL



Como vocês devem ter percebido, o Blog está passando por algumas pequenas mudanças em virtude dos festejos comemorativos do seu primeiro aniversário. Isso mesmo. Exatamente um ano atrás, no dia 13 de Julho, auge do ócio das férias escolares, eu tive a idéia de, por passatempo, criar este espaço com o intuito de compartilhar um pouquinho do turbilhão de pensamentos que habitam minha mente.

Como todo começo, foi moroso e difícil. Hoje, depois de 102 postagens e 162 comentários, sinto que estou conseguindo alcançar objetivos e ouvidos muito mais distantes do que aqueles previstos inicialmente. Nestes 365 dias, consegui prestar minha admiração por quase duas dezenas de filmes e de músicas. Homenageei 7 lindas mulheres, e 4 gênios indomáveis. Tentei compartilhar a Arte do Karate com vocês através de 8 textos, além das minhas experiências particulares no Japão através de - até então - 10 postagens. Porém, de tudo o que aconteceu aqui neste endereço virtual, o que mais me deixou surpreso e feliz foi o meu reencontro com a Poesia. Mudar o foco da minha escrita foi algo completamente inusitado e prazeroso, e é certo que continuarei fazendo. Curiosidade: para quem não percebeu, todas as postagens recebem nomes de filmes, inclusive esta.

Agradeço de coração aos amigos que, desde o começo, apoiaram a idéia e se mantiveram fiéis e constantes visitantes, mesmo nos períodos em que passei mais tempo sem postar. Mesmo sendo algo que, teoricamente, faço para (e por) mim, saber que as minhas palavras viajam e chegam à outras pessoas, me faz querer escrever cada vez melhor, com mais relevância e responsabilidade.

Espero que o próximo ano de vida do Blog seja ainda mais movimentado e produtivo em todos os aspectos. Apesar dele ser "apenas o começo", ele veio para ficar.

OSS!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

MULHER NOTA 1000 #7: PAULA FERNANDES

Atualização: 10/07/2011

Batatais, 10 de Julho de 2011.

Estou chegando, Paula Fernandes!

OSS!

***




Seria ela a mulher perfeita que tentaram criar no filme que intitula esta Série de postagens deste blog? Não satisfeita em possuir uma das mais poderosas vozes do Brasil, precisaria ela, ainda,  ser tão bonita? Não sei. Sei apenas que cinco dos meus cinco sentidos ficam completamente aguçados quando a vêem. Cinco mesmo. Literalmente. 


Virei tiete.

OSS!

terça-feira, 5 de julho de 2011

O SOM DO CORAÇÃO #18: IF I CAN DREAM - ELVIS PRESLEY

Hoje, um grande amigo me apresentou a esta, que certamente é uma das mais maravilhosas canções que já escutei na minha vida. A música tornou-se ainda mais bela e importante pelo fato dele (meu amigo) ter me contado em que momento ele se encontrava - emocionalmente - quando encontrou apoio e forças nesta preciosidade.

Ao escutá-la, um arrepio percorreu todo meu corpo, tal qual acontece em cenas memoráveis do Cinema. Uma sensação, para mim, rara e que, por si só, mostra o quanto as lindas palavras cantadas de forma extraordinariamente intensa pelo Rei do Rock me tocaram e me sensibilizaram.

Com isso, de quebra, ainda corrijo o erro grotesco de jamais ter homenageado ao Elvis neste humilde espaço.


"
E enquanto eu puder pensar,
Enquanto eu puder falar,
Enquanto eu puder ficar em pé,
Enquanto eu puder andar,
Enquanto eu puder sonhar,
Por favor, deixem meu sonho
Tornar-se realidade
AGORA!
"

***

Em tempo: fui "relembrado" por outro grande amigo, Thiago, que esta música já me havia sido anteriormente apresentada por ele. Verdade. Vejo, então, que estou cercado de amigos com excelente gosto musical.

OSS!