sábado, 25 de abril de 2015

O CARTEIRO E O POETA #20: SONETO DOS CEM-SENTIDOS

SONETO DOS CEM-SENTIDOS

De olhos fechados aprendi a te amar,
A confiar na verdade do que sinto,
Pois quão belo é nosso amor, não minto!
Faz-me, sem medo, a ti me entregar.

No silêncio aprendi a te sentir,
E sem sentido, de repente, tudo seria,
Se por qualquer senão, razão, todavia,
O futuro, o presente, contigo não dividir.

E se olhos, ouvidos e pele: tudo junto,
Insuficientes ainda são para mensurar,
Nem mesmo o intocável, o intangível: o conjunto.

Consigam, ao nosso amor, substantivar.
E para mais sem-palavras empregar a este assunto,
Amo-te para sempre - repito - até o último dos meus olhos fechar.

Danilo Peres


OSS!

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