quarta-feira, 13 de outubro de 2010

HOMENS DE HONRA


Fiquei abismado ontem, assistindo o programa Bate-Bola da ESPN Brasil, ao me dar conta de que eles haviam destinado, praticamente, um bloco inteiro do programa para comentar a "falta de ética" da seleção brasileira de voleibol masculino, que, para os que não acompanharam os fatos, perdeu, propositadamente, uma partida para a Bulgária (mais de dez diaz atrás) a fim de protelar as partidas mais difíceis (em tese) para as finais. Há muito a dizer. Vamos por partes.

Começando pelo programa Bate-Bola, o qual acompanho diariamente, achei estranhíssimo o fato deles terem ocupado tanto tempo assim falando de um assunto do qual claramente não dominam. Sabidamente, trata-se de um programa, que como muitos outros, fala apenas de futebol, e, eventualmente, dão notas rápidas sobre outros esportes. Inclusive, no dia SEGUINTE à conquista do Mundial de Vôlei, repercutiram minimamente, e por que não dizer, ridiculamente, a espetacular conquista brasileira por 3 sets a 0, em cima da "temida" seleção de Cuba.

Vale salientar que, tanto no dia anterior ao fatídico jogo contra a Bulgária, quanto no próprio dia do jogo, os comentários que rolavam na imprensa esportiva, relatavam a "dúvida" cruel com a qual se encontrava o técnico Bernardinho, pois, era claro que parecia a TODOS, jornalistas inclusive, interessantíssima a idéia de poupar os titulares e facilitar a vítória búlgara a fim de cair em um grupo mais fraco. Não me recordo de nenhum jornalista que tenha, de antemão, condenado essa atitude. Ou seja, falar depois é bem mais fácil.

Já que citei o regulamento, este é outro ponto que deve ser comentado. Ridiculamente mal feito, foi escrito de forma a prejudicar o time que mais vitórias obtivesse, obrigando-o a cair em grupos mais fortes do que times mais irregulares (como a Itália, por coincidência). Diante dessa falha grotesca, não me sinto capaz de condenar ninguém por optar usar, inteligentemente, a regra. Afinal, eu mesmo, caso fosse o treinador, teria terríveis dores-de-cabeça para decidir o que fazer. Agora, dez diaz depois do ocorrido, aparecerem jornalistas oportunistas querendo pregar lições de moral, alegando que tal fato seria antiético, é uma tremenda piada.

Acompanho a seleção brasileira masculina de vôlei há muito tempo. Creio que eles são, entre todos os esportistas brasileiros, os que melhor, e por mais tempo, representam o Brasil de forma honrosa, tanto nas incontáveis vitórias quanto nas poucas derrotas. Penso que não são valorizados como deveriam, afinal, trata-se da mais longa hegemonia absoluta em um esporte coletivo. Talvez, a maior equipe de todos os tempos de todos os esportes. Ver a maneira covarde como estão sendo criticados e condenados, só pode ser algo normal em um país hipócrita como o nosso, onde os jornalistas que hoje criticam eloquentemente, são os mesmo que, no dia do fato, não souberam responder o que fariam no lugar do treinador. Ridículo.

Ah, vale salientar que, em pesquisa feita entre os telespectadores da própria ESPN Brasil, praticamente 80% disseram que a derrota forçada não manchava em nada a campanha. Ou seja, tentar criar polêmica onde não há, de fato, é uma das grandes especialidades da imprensa.

Parabéns à Seleção Brasileira de Voleibol, tri-campeã Mundial em 8 anos.

Giba Neles!


OSS!

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