quarta-feira, 29 de setembro de 2010

A ORIGEM

(GREEN PLANET, 2003)

Essa semana, resolvi rever algo pelo qual nutro muito carinho e, afirmo, teve grande importância em me ajudar a optar pelo Karate, uma década atrás. Trata-se da série animada japonesa - o Anime - Street Fighter 2 Victory. Mas, antes de falar da sensacional série, vou aproveitar o momento para contar os motivos que me levaram a procurar as Artes Marciais.

No ano de 1999, com 16 anos de idade e em plena adolescência, a busca por auto-afirmação era gigantesca. A estúpida vontade de crescer logo, de se tornar mais forte, mais peludo, dirigir, namorar, e a necessidade de se estabelecer como homem (não mais garoto!) é o que leva muitos jovens, como eu, a buscar, nos tatamis, a solução de seus problemas. Hoje, dando aula para jovens dessa mesma idade, sei exatamente o que eles esperam do Karate, afinal, ainda tenho vivas em minha memória, as minhas aspirações.

(NIPPON COUNTRY CLUB DE ARUJÁ, 2001)

O Karate, escolhido praticamente de modo aleatório num vasto universo de opções marciais, serviu, para mim, como um canalizador de toda a energia que existia no meu corpo e mente. Cumpriu, com perfeição, o propósito de trazer mais serenidade, disciplina e auto-confiança, me transformando por completo, e, não temo em exagerar, dividindo minha vida em duas eras: Antes do Karate e Pós-Karate.

(FAIXA MARROM, 2002/2003)

A cada manhã em que eu acordava para os meus treinamentos matinais, sentia um prazer enorme em vestir o Kimono e a faixa, seja de que cor fosse. Prazer maior do que esse, apenas o da sensação do dever cumprido, pós-treino. Ir e voltar da academia de bicicleta era uma terapia, afinal, sentir que não dependia de mais ninguém para construir aqueles momentos, era um barato danado.

Tive sorte e até hoje agradeço por isso. Escolhi o lugar certo, na hora certa. O ambiente era acolhedor de todas as maneiras possíveis, fazendo com que, nem mesmo um incidente (ou acidente mesmo) no meu primeiro dia de aula, fizesse-me cogitar parar de treinar (levei um Mawashi-Geri na boca). Muito pelo contrário, os desafios que apareciam, dia-a-dia, apenas me confirmavam que aquele era o meu lugar, e que eu deveria ser forte, ou, ao menos, me tornar forte para suportá-los.

Treinar Karate foi algo a que me dediquei como nunca havia me dedicado antes em minha vida. E valeu demais cada gota de suor, ou sangue... ou dente.

(MINHAS MÃOS COM TREINAMENTO PROLONGADO DE MAKIWARA)

Só que, infelizmente, com o passar do tempo, as aspirações iniciais vão perdendo cada vez mais espaço para as necessidades, já que, aquilo que começou como "brincadeira", tornou-se trabalho, e, sendo assim, cercado de responsabilidades, métodos e rotinas.

Mais uma vez digo: tenho sorte! Trabalho com o que amo. Tenho amigos e alunos incríveis, e sei que terei cada vez mais. Mas não posso nunca deixar desaparecer aquela chama inicial. Afinal, se as pessoas me procuram para aprender, se confiam seus filhos a mim, é porque, de alguma forma, enxergaram isso no meu olhar. E, nesse sentido, será de grande valia rever uma série que retrata, com tanto amor e com tanta fidelidade, um sentimento muito puro e verdadeiro de amor ao Karate. Sentimento que eu compactuo em sua totalidade.

(COMPANHEIROS DE TREINO)

Assim que terminar de rever todos os episódios, farei os devidos comentários que a série merece. Por enquanto fica a indicação. Bons desenhos!


OSS!

3 comentários:

  1. Minha VIDA tb se divide em antes e depois do KARATE!!

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  2. Simplesmente seu melhor texto (dentre outros tantos textos ótimos até aqui) no blog, Danilão... Chega a ser palpável o amor que vc sente pela arte e pela filosofia do Karatê.

    Conhecendo tal sensei dedicado e principalmente disciplinado como conheço fica fácil não compartilhar dessa sua preocupação em conseguir manter aquela chama inicial acesa. Senão um cara como vc, quem mais seria capaz de viver por toda a vida o Karate em toda a sua plenitude e essência?

    De minha parte apenas a imensurável admiração por tamanho empenho, dedicação e amor à essa nobre filosofia de vida.

    Meu parabéns, velhão. Não tenho dúvida alguma de que o Karate ainda lhe trará muitas felicidades e realizações.

    OSS!

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  3. Thigão, obrigado por continuar visitando o blog e ,acima de tudo, por suas palavras. Certo estou de que elas são tão verdadeiras qto meu sentimento pelo Karate.

    Grande Abraço e (still) esperando pelo nosso Açaí.

    OSS!

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