segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O CARTEIRO E O POETA #11: SONETO DA DESPEDIDA

Há muito tempo não venho conseguindo criar nada. Ao menos em palavras. Versos vêm e vão na minha cabeça, disconectos, aleatórios, disformes, confusos. Fruto, talvez, do momento. Sendo assim, estava aqui relendo tudo que já escrevi até hoje, quando me deparei com este, o primeiro de todos os sonetos que ousei compor. É claro que, naquele momento, ele cumprira um propósito determinado, mas as palavras são organismos vivos, e sua magia encontra-se na flexibilidade. De modo que, hoje, elas continuam tão reais e tão atuais como talvez nunca estiveram.

É bobinho e rasteiro como todos os outros, mas aí está:

SONETO DA DESPEDIDA

Pelo mais tumultuado sentimento da partida
Temeroso pelo incerto carinho do retorno
Tortura esta que atormenta minha vida
Não ter-te o abraço, o laço, o contorno.

Contudo hei de manter a confiança
Que cá não buscarás o esquecimento
Com força viverei cada lembrança
Levar-te-ei em cada pensamento.

E por mais longo tempo e grande distância
Se de fato achares que mereço
Por cada gesto, lágrima, sorriso

Peço-te que cultives paciência: (obediência)
Amar-te é tudo que preciso
Em cada despedida, um novo recomeço.

OSS!

2 comentários:

  1. Belas palavras e grandes sentimentos...O autor com certeza é tudo o que escreve..Super beijo carinhoso!!!

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