terça-feira, 20 de março de 2012

KARATE KID #12: VIVA KARATE


É visível e extremamente clara a diferença entre "praticar" Karate e "viver" Karate.

Quando você pergunta ao aluno quais são suas atividades extra-escolares ou profissionais, e, na resposta, ele inclui o Karate, saiba que trata-se de alguém que apenas pratica a modalidade, mas que jamais conseguirá entender o que sente aquele que compreende que o Karate não é apenas mais uma atividade complementar das nossas vidas, e sim algo que, se vivido em sua plenitude, é capaz de transformar o indivíduo a tal ponto de ele passar considerar a sua vida antes e depois do Karate.

Infelizmente, são cada vez mais raros estes últimos. O que impera nos dias de hoje, são mesmo os alunos de temporada, ou seja, aqueles que começam a treinar cheios de energia, mas que não conseguem aguentar a dura e repetitiva rotina de treinamentos por muito tempo.

Há, também, aqueles que, ao menor sinal de problema na vida particular, ou mesmo problema financeiro, não pensam duas vezes antes de dar baixa no Dojo por considerá-lo supérfluo. E, pior, é muito comum encontrá-los gastando o tal dinheiro economizado em bares, restaurantes, baladas, viagens, etc.

Outra situação que se repete ano-a-ano é o famigerado vestibular. Alunos que estão neste superestimado ano de suas vidas, muitas vezes pessimamente instruídos pelos pais, enfiam a cara nos livros e abrem mão daquela que deveria ser uma hora sagrada: o treino. Achando que, por fazerem isso, estarão garantido a entrada na universidade sonhada. Também é muito comum vê-los de volta no ano seguinte, com o rabo-entre-as-pernas, arrependidos da má escolha feita no ano anterior.

Uma coisa é certa, esses alunos que ainda não compreenderam a grandiosidade do Karate precisam muito mais dele, do que o contrário. Cresci no Karate escutando que "uma vez karateca, sempre karateca", porém, é triste ver o Karate sendo colocado no mesmo patamar que cursinhos de inglês, informática, vestibular, ou mesmo sendo trocado por margueritas, chopps e bolinhos de bacalhau.

Eu costumo "brincar" com meus alunos a fim de despertar neles um pouco desse sentimento de "coisa mais importante da sua vida": "estudar, pra quê? Se vc já faz Karate!" Lógico que trata-se de uma brincadeira, porém, o sentimento que a norteia é o mais verdadeiro possível. 

E este é para poucos.

OSS!