quinta-feira, 28 de outubro de 2010

DEU A LOUCA NO MUNDO #6: RENATO GAÚCHO E O DIA DOS NAMORADOS


Ah! Como é bom ver algo não-politicamente correto na televisão. Que saudade dos tempos onde o Tom fumava, o Pica-Pau sonhava com mulheres e viagens de navio e os jogadores de futebol davam declarações diferentes de "o importante é os três pontos"...

Infelizmente, isso aconteceu no distante ano de 1985. Mesmo assim, ponto para o Renato Gaúcho que, mesmo tristinho e perto de todos aqueles marginais, conseguiu criar um momento histórico e raro.

Viva o YouTube!

OSS!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

CINEMA PARADISO #6: COMO COMETER SUICÍDIO - MARY E MAX


Venho me tornando um sujeito meio estranho para algumas coisas. Isso muito me preocupa, afinal, se já me dou conta disso aos 27 anos, sabe-se lá o que o futuro me reserva. Explico: entendo como "normal" uma pessoa gostar de escutar uma música pela qual nutra carinho e que traga boas memórias. Entendo como "normal" uma pessoa querer rever um filme de que tenha gostado ou adorado ou amado. Pois bem, ando me comportando exatamente da forma oposta. Tenho evitado, completamente, rever ou reescutar quaisquer coisas que me tragam boas lembranças, justamente pelo medo de danificar as memórias originais. É coisa de maluco, não? Mas acontece.

Fiz toda essa introdução apenas para valorizar ainda mais o vídeo que postarei abaixo. Trata-se de um pequenho trecho da grandiosa obra da animação Mary e Max (Mary and Max, 2009), que retrata a amizade construída - por cartas - entre uma garotinha australiana de 7 Anos (Mary) e um novaiorquino quarentão (Max, claro).

Sem entrar muito em detalhes da trama, apenas explico que, em determinado momento, Mary pensa em tirar sua própria vida por achar que esta não está mais valendo a pena (e pensar que alguns pais levaram os filhos na sessão em que eu estava, pensando se tratar de uma animação infantil convencional).

Pois bem, a cena é contruída de um modo magistral, embasbacante, tanto é que permaneceu na minha cabeça por todos os dias que se seguiram, e, há dois dias tento revê-la no YouTube, mas nunca, de fato, o faço. Toda vez em que vou dar o "play", acabo desistindo por medo de destruir o encanto inicial provocado.

A cena só atinge tão grandioso resultado pela combinação impecável entre música, cores, movimentos e, especialmente, sensibilidade. Esta última, presente em pequenos detalhes ainda indecifráveis a mim, e em outros tantos, que ilustram com tamanha sabedoria e sutileza os dramas experimentados pela jovem garotinha. No centro disso, Mary praticamente rege o tema de sua despedida, tentando tornar-se, de fato, maestrina de suas próprias decisões, porém, envolta ainda pelas dúvidas e incertezas típícas de uma criança.

Obviamente, assisti-la - isoladamente - tira grande parte do impacto. Por isso, caso você seja de Ribeirão, corra ao Cineclube Cauim enquanto há tempo.

Bom, caso um dia esteja de mal com a vida, pensando em besteiras do tipo "suicidas", aí vai minha dica: monte um cenário fantástico, coloque uma corda no pescoço, ponha para tocar aquela trilha sonora especial, mexa os braços em êxtase, feche os olhos, sinta a emoção, gire, gire e...

... torça para o vizinho bater na porta. Que será, será!


MARY E MAX (MARY AND MAX, 2009) -

OSS!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DEU A LOUCA NO MUNDO #5: O ÚLTIMO SAMURAI

Não, ainda não será dessa vez que tomarei coragem para falar sobre um dos meus filmes preferidos. Mesmo porque, quando isso acontecer, o post não se encontrará entre os "DEU A LOUCA NO MUNDO", e sim, "CINEMA PARADISO".

Dito isso, vejam esse vídeo de 20 segundos do Brutus (meu Bulldog) declarando todo o seu amor à grande obra de Edward Zwick e Tom Cruise.


OSS!


terça-feira, 19 de outubro de 2010

GÊNIO INDOMÁVEL #3: MICHAEL MOORE

Atualização:

Ontem, assisti Capitalismo - Uma História de Amor (2009), e, mesmo enxergando alguns pontos contraditórios entre as atitudes de Michael Moore e o que ele prega, não há como negar o grandioso serviço que uma obra dessa magnitude presta à sociedade. Inegável também é ver que, com o passar dos anos e a consequente fama alcançada, tornou-se muito mais difícil para o cineasta recriar aqueles momentos fatídicos de constrangimento a que estávamos habituados. De todas as obras do diretor, sem dúvida esta foi a que mais me perturbou. As anteriores me causavam, acima de tudo, um sentimento de indignação. Nesta, Moore conseguiu me fazer sentir parte da corja que ele tanto recrimina.

A questão é: será que ele também não é parte? Faça o que eu digo, não faça o que eu faço!

CAPITALISMO - UMA HISTÓRIA DE AMOR (Capitalism - A Love Story, 2009) -

OSS!


Nascido em Flint, Michigan, Michael Moore (56 anos) é um daqueles sujeitos que ama-se ou odeia-se. Documentarista extraordinário, dono de um humor ácido e irônico e hábil entrevistador, o displicente gorducho estreou na direção no ótimo Roger e Eu (1989), no qual confrontava, em sua cidade natal, a montadora General Motors e seus constantes "cortes de orçamento". Mas foi mesmo em Tiros em Columbine (2002) que o diretor encontrou o caminho ideal para seus filmes. Em busca de compreender os motivos da violência nos Estados Unidos, usando como argumento o episódio ocorrido no Colégio Columbine, em 1999, Moore sai em jornada em busca de respostas que tentem justificar a compulsão dos norte-americanos por armas de fogo, traçando paralelos com as taxas de desemprego e buscando relacionar o episódio com a própria história americana. Apenas dois anos depois, Michael Moore acertou, novamente, em cheio no espetacular Fahrenheit 11/9 (2004), no qual volta suas questionadoras lentes para o atentado terrorista de 11 de Setembro de 2001. Disposto a esmiuçar o episódio e a humilhar aqueles que ele julga serem os verdadeiros terroristas, Moore consegue chocar a todos com sua capacidade de expôr os entrevistados às suas próprias mediocridades, capacidade esta, que já se enunciava nas obras anteriores. Certamente favorecido pela fama que conquistou ao longo de anos, e, principalmente, depois de conquistar o Oscar em 2003, Moore me intriga pela capacidade que possui de compilar documentos, provas, fatos e arquivos, editando-os habilmente, fazendo com que o seu ponto de vista seja, praticamente, inquestionável. E isso nos leva ao sensacional SICKO - $O$ Saúde (2007), onde Moore, usando todas as informações e contatos que, certamente, juntou ao longo das décadas de trabalho, escancara os podres da indústria da saúde Norte-Americana. Chegando ao absurdo de citar, numericamente, o valor dos cheques recebidos por dezenas de congressistas e senadores favoráveis às políticas institucionalistas, e, rebatendo àqueles que o acusam de dirigir os seus documentários a mando da oposição, Moore, assim como já o tinha feito em Fahrenreit 11/9, não poupa o partido Democrata, enumerando também o cheque recebido por Hillary Clinton. Especialista na arte da auto-promoção, Michael Moore encerra o filme contando o episódio (mostrado no trecho acima), no qual ele, anonimamente, envia Doze Mil Dólares para o sujeito que detém o maior site anti Michael Moore dos EUA, com o objetivo de ajudá-lo nas despesas de saúde que teria com sua esposa.

Mesmo que muitos não concordem com seus argumentos, nem com os meus, tampouco com o título dessa postagem, não há como negar que o cara foi, ao menos nesse episódio, GENIAL!


OSS!

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

HOMENS DE HONRA


Fiquei abismado ontem, assistindo o programa Bate-Bola da ESPN Brasil, ao me dar conta de que eles haviam destinado, praticamente, um bloco inteiro do programa para comentar a "falta de ética" da seleção brasileira de voleibol masculino, que, para os que não acompanharam os fatos, perdeu, propositadamente, uma partida para a Bulgária (mais de dez diaz atrás) a fim de protelar as partidas mais difíceis (em tese) para as finais. Há muito a dizer. Vamos por partes.

Começando pelo programa Bate-Bola, o qual acompanho diariamente, achei estranhíssimo o fato deles terem ocupado tanto tempo assim falando de um assunto do qual claramente não dominam. Sabidamente, trata-se de um programa, que como muitos outros, fala apenas de futebol, e, eventualmente, dão notas rápidas sobre outros esportes. Inclusive, no dia SEGUINTE à conquista do Mundial de Vôlei, repercutiram minimamente, e por que não dizer, ridiculamente, a espetacular conquista brasileira por 3 sets a 0, em cima da "temida" seleção de Cuba.

Vale salientar que, tanto no dia anterior ao fatídico jogo contra a Bulgária, quanto no próprio dia do jogo, os comentários que rolavam na imprensa esportiva, relatavam a "dúvida" cruel com a qual se encontrava o técnico Bernardinho, pois, era claro que parecia a TODOS, jornalistas inclusive, interessantíssima a idéia de poupar os titulares e facilitar a vítória búlgara a fim de cair em um grupo mais fraco. Não me recordo de nenhum jornalista que tenha, de antemão, condenado essa atitude. Ou seja, falar depois é bem mais fácil.

Já que citei o regulamento, este é outro ponto que deve ser comentado. Ridiculamente mal feito, foi escrito de forma a prejudicar o time que mais vitórias obtivesse, obrigando-o a cair em grupos mais fortes do que times mais irregulares (como a Itália, por coincidência). Diante dessa falha grotesca, não me sinto capaz de condenar ninguém por optar usar, inteligentemente, a regra. Afinal, eu mesmo, caso fosse o treinador, teria terríveis dores-de-cabeça para decidir o que fazer. Agora, dez diaz depois do ocorrido, aparecerem jornalistas oportunistas querendo pregar lições de moral, alegando que tal fato seria antiético, é uma tremenda piada.

Acompanho a seleção brasileira masculina de vôlei há muito tempo. Creio que eles são, entre todos os esportistas brasileiros, os que melhor, e por mais tempo, representam o Brasil de forma honrosa, tanto nas incontáveis vitórias quanto nas poucas derrotas. Penso que não são valorizados como deveriam, afinal, trata-se da mais longa hegemonia absoluta em um esporte coletivo. Talvez, a maior equipe de todos os tempos de todos os esportes. Ver a maneira covarde como estão sendo criticados e condenados, só pode ser algo normal em um país hipócrita como o nosso, onde os jornalistas que hoje criticam eloquentemente, são os mesmo que, no dia do fato, não souberam responder o que fariam no lugar do treinador. Ridículo.

Ah, vale salientar que, em pesquisa feita entre os telespectadores da própria ESPN Brasil, praticamente 80% disseram que a derrota forçada não manchava em nada a campanha. Ou seja, tentar criar polêmica onde não há, de fato, é uma das grandes especialidades da imprensa.

Parabéns à Seleção Brasileira de Voleibol, tri-campeã Mundial em 8 anos.

Giba Neles!


OSS!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

DEU A LOUCA NO MUNDO #4: FLORENTINA


Não sei o que acontece comigo. Toda vez que algum assunto polêmico aparece, sou tentado, incontrolavelmente, a fazer o papel de advogado do diabo. Por conta disso, acabo me metendo em enrascadas grandiosas, como por exemplo, ao tentar "defender" o suposto potencial cinematográfico da Saga Crepúsculo.

Não satisfeito em defender Edward e Cia., eis que, me encontro aqui pensando em argumentos que justifiquem um cidadão brasileiro dar o seu voto ao artista do vídeo acima. Sim, artista. Creio que ao menos esse ponto seja inquestionável. Podemos e devemos questionar a qualidade da sua "arte" e até mesmo do seu público, porém, fato é, o Tiririca me intriga - e muito - desde o seu surgimento no meio da década de noventa. Quem é capaz, de fato, de afirmar, categoricamente, que ele é burro? Quem consegue distinguir o ator do personagem? Confesso que não sou capaz de responder essas perguntas, e mais, o resultado das urnas tende a nos mostrar que mais pessoas têm também as mesmas dúvidas que eu.

Mais do que a vitória do Tiririca nas eleições, o que me incomodou esses dias foi o surgimento de um novo grupo de pessoas: os politizados de plantão. Por favor, não se sinta ofendido no caso de se identificar com algumas das características seguintes, veja como uma crítica construtiva.

Pessoas que, no geral, abriram o jornal nos últimos quatro anos apenas no caderno de esportes. Cidadãos que, no geral, assistem televisão apenas como descarga mental. Eleitores que, no geral, por não terem argumentos para enfatizar os porquês de um sujeito como o Tiririca não ser apto a ocupar o cargo de Deputado Federal, apenas repetem o discurso que escutaram de fulano ou ciclano no TV. E, por fim - o pior de todos - aqueles que, por serem, eventualmente, formados em alguma boa faculdade, ou terem bons empregos, sentiram-se incomodados quando constataram que, assim como o Tiririca, não sabiam qual era a função de um Deputado, e pior, tornaram-se ainda mais diminuídos perante o palhaço por não possuírem a capacidade artística nata que ele mostrou possuir, para convencer 1.300.000 pessoas a votarem em seu número. Ou seja, constatamos que o Tiririca é melhor do que você!

Agora vem a contradição: votar é coisa séria. Não votei no Tiririca. Mas, ao contrário dos politizados de plantão, entendo perfeitamente quem o fez. E não adianta vir com piadas prontas ou frases de efeito. Quero argumentos que me provem que, daqui a quatro anos, o Brasil seria melhor se outra pessoa estivesse sentada na cadeira a ser ocupada pelo criativo palhaço. Todos sabemos que tais argumentos não existem e nem irão surgir. Sabemos que qualquer outro candidato desses aí, do horário eleitoral, faria pelo Brasil o mesmo que Tiririca fará: nada. Portanto, me divirto com a idéia de imaginar os demais engravatados do Planalto, tendo que, fazer reuniões de cúpula e discutir assuntos extraordinários com o Tiririca. Esse é o castigo que eles vão pagar. Pouco, se comparado ao merecido em muitos casos, a cadeia.

Num país sério, votar num candidato como o Tiririca seria injustificável. O que justifica, no nosso caso, é o país. Um povo despolitizado e desinformado que não faz a menor questão de que isso mude. Incapaz de se organizar, promover reivindicações e protestos, apenas assiste tudo o que acontece de forma passiva e alheia. E, a partir de agora, também hipócrita. Afinal, vir pagar de sabichão depois que a "merda" está feita, é digno de risos. O que será que estes fizeram para melhorar a política nos últimos quatro anos? Quais as causas que defendem? De que protestos participaram? Sabemos as respostas, não?

Andei tendo algumas conversas interessantes com um grande amigo, e, numa delas, ele me apresentou sua grande idéia. Tentem encontrar algum furo pois eu ainda não consegui: "O voto é um direito democrático de todos. Porém, para poder exercer o seu direito, o cidadão teria de fazer um curso (gratuito) e prestar uma prova ao seu término. Assim como ao tirar CNH. Nessa prova, ele receberia uma nota que determinaria o "peso" do seu voto. Caso não atingisse o mínimo necessário, deixaria de votar na eleição atual, tendo de repetir o processo todo para se habilitar para a próxima."

Enfim, comentem ou façam eventuais perguntas. Isso é assunto para muitos posts.

Caso eu não tenha conseguido ser objetivo o suficiente até aqui, aí vai: o motivo do post é explicitar que eu preferiria votar no Tiririca a ser um desses politizados de plantão. Sob tortura, o primeiro me faria sofrer menos do que o segundo.

No fim das contas, vejo o recado com muita clareza: já que os políticos pretendem continuar nos tratando como palhaços, ao menos aprendam com o Mestre!


OSS!